Em que pese suas muitas contradições, o PT é o mais complexo e representativo organismo partidário do Brasil, uma experiência inédita em sua história e uma referência positiva entre todos os partidos políticos do mundo, ontem e hoje.

Não foi fácil o caminho que trilhamos desde os embates contra a ditadura militar, em defesa das liberdades democráticas, até a subida do operário Lula e da mulher Dilma ao Planalto. Assim como foi penosa e incerta a jornada que levou o PT da situação se sonho de alguns trabalhadores rurais – e também intelectuais e estudantes – até o Karnak, com o bancário Wellington Dias, e ao Congresso Nacional com os professores Antônio José Medeiros e Nazareno Fonteles e a mulher negra Francisca Trindade.

Os nomes acima referidos são ícones petistas. Nos referimos apenas a eles, representando a todos os petistas, pela impossibilidade de citar as centenas de companheiros(as) que participaram desta jornada. Fomos às ruas incontáveis vezes e enfrentamos eleições perdidas, sempre levantando a bandeira do partido e fazendo dela um símbolo de transformações estruturais, num país marcado pela extrema desigualdade social e num Piauí anestesiado e amarrado à inércia do atraso e do clientelismo, motivo de deboche nacional.

Chegamos e fizemos a diferença. Quem pode, em sã consciência, dizer que o Brasil e o Piauí de hoje estão em situação sócio-econômica igual a que encontramos em janeiro de 2003? A aferição da mudança pode ser feita por vários métodos. Perguntar às pessoas se a vida melhorou ou piorou é um método popular e bem eficaz. Também vale recorrer às estatísticas, estudos  e pesquisas de órgãos especializados (IBGE, IPEA, Fundação Getúlio Vargas, Universidades, etc).

Por qualquer que seja o caminho, o resultado é sempre o mesmo: sob a liderança petista a vida dos brasileiros(as) e piauienses melhorou. O Brasil é um país respeitado no mundo e o Piauí, cuja economia cresce acima da média nacional, reduz sua distância em relação aos indicadores econômicos e sociais da nação. Com o PT no governo a economia cresce, gera empregos e distribui renda, o que resulta na ascensão de cerca de 50 milhões de brasileiros que saíram da miséria ou da pobreza. O PT sepultou a idéia do Estado mínimo, tão fundamental ao PSDB/DEM e alguns grandes órgãos da mídia, e fortaleceu o Estado necessário que deve ser capaz de enfrentar as crises econômicas com políticas próprias, e não com as receitas do FMI, bem como de regulamentar a economia e de prestar serviços públicos essenciais.

Sob o fogo cerrado que o PT enfrenta da grande mídia, muitas vezes reproduzido pela média e pequena mídia, há um conflito de projetos. Existem poderosos interesses que se sentem ameaçados pelo projeto que anunciamos e estamos executando: política econômica voltada para o crescimento com distribuição de renda; política social focada na erradicação da miséria e na ascensão dos pobres à classe média; educação pública de qualidade (escola básica de tempo integral; expansão e interiorização do ensino profissional; expansão e interiorização da universidade pública), universalização e qualificação da saúde por meio do Sistema Único de Saúde; política diplomática independente.

Esta é a grande briga; foi para enfrentá-la que criamos o PT. Para levá-la adiante, e a novos patamares de mudanças estruturais, precisamos de militantes, de vereadores e prefeitos(as), de deputados(as) e de lideranças. As disputas internas, entre pessoas e tendências, que sempre marcaram a trajetória do PT, não podem ser equacionados por meio da tentativa pública de fragilizar lideranças do partido. Dentre estas destaca-se o senador Wellington Dias. Não devemos esquecer que se trata de um ex-governador e que sob sua liderança o PT e o Piauí ascenderam aos patamares mais elevados de sua existência. Não devemos esquecer que novos embates virão.

Merlong Solano Nogueira

Deputado Estadual – PT

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