“Um recorte histórico e memorial do Rio Parnaíba” é o nome da exposição que o Arquivo Público do Piauí – Casa Anísio Brito abre nesta quarta-feira (03), em solenidade marcada para as 10 horas, no próprio Arquivo. A programação soma-se às atividades alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, aliando o resgate da história do Piauí com a preocupação ambiental.

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O evento integra as ações da Secretaria Estadual de Governo. “Um dos pontos mais interessantes dessa proposta é a tentativa de diminuir o distanciamento entre cultura e natureza. A exposição mostra como um rio, o nosso maior patrimônio natural, influenciou e influencia a construção do Piauí desde a sua origem. Essa leitura nos remete a uma reflexão sobre o que faremos hoje, no presente, não só pelo rio, mas também por toda a Bacia do Parnaíba. Os documentos expostos datam do Século XIX, mas expressam um tema absolutamente atual”, afirma o secretário de Governo, Merlong Solano.

Dentre as dezenas de documentos está o da Assembleia Legislativa Provincial que regulamenta a navegação do Rio Parnaíba, em 31 de agosto de 1841. Outro, de 24 de abril de 1874, evidencia que as partidas eram agendadas no intuito de conciliar as viagens dos vapores no Piauí com a chegada da Companhia do Maranhão no Porto de Amarração. Estatutos da Companhia de Navegação a Vapor, regulamento para a polícia e regime a bordo do Vapor Uruçuí, orçamento de uma ponte sobre o rio, lista dos passageiros do Vapor Nacional Gurupi do dia 17 de abril de 1876, são algumas das relíquias disponibilizadas aos visitantes.

De acordo com a diretora da Casa Anísio Brito, Rosângela Carvalho, o trabalho mostra que a configuração geográfica e a perenidade do Rio Parnaíba foram tomadas como base para estratégias socioeconômicas e culturais no decorrer da história do Piauí. Sob o argumento de progresso e institucionalização da Companhia de Navegação, a realidade fluvial do estado é alterada a partir da segunda metade do século XIX. As embarcações de grande, médio e pequeno porte começam a navegar pelo rio tornando-se um importante meio de integração ao encurtar as distâncias da capital da província com outras áreas urbanas.

“O esforço converge em dialogar criticamente sobre uma questão fundamental que se impõe atualmente como um desafio: é possível projetar economicamente o Rio Parnaíba, mantendo o seu valor de patrimônio natural, cultural e histórico? O Arquivo Público, com sua reserva documental, não se furta em contribuir nessa importante discussão”, ressalta a diretora do Arquivo.

A exposição é resultado de um trabalho minucioso de seleção realizado pela equipe do Arquivo ao longo de dois meses de pesquisa e que poderá ser conferido no horário de funcionamento da Casa, das 8 às 18 horas, de segunda a sexta, na Rua Coelho Rodrigues, nº 1016, Centro de Teresina. A ideia é que os manuscritos sejam digitalizados para percorrer instituições de ensino de todo o estado, um projeto da Secretaria de Governo denominado “Arquivo Público nas Escolas”.

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