A grande mídia vive de costas para o Brasil e mostra que é mesmo parte da elite mais conservadora e privilegiada. Exala pessimismo em sua linha editorial. Em 2008 e 2009, dizia que o Brasil seria arrastado pelos escombros da crise dos Estados Unidos. Seus porta vozes, regiamente pagos, zombaram quando Lula disse que era uma marola e quando incentivou a população a continuar com as compras já programadas. Resultado: embora alguns efeitos tenham chegado a nossas terras, o Brasil tirou a crise de letra: foi o último a sentir seus efeitos e o primeiro a se recuperar.

No início deste ano de 2011, a grande mídia desfraldou o fantasma da inflação. Resultado: os prognósticos dragonianos não se confirmaram e chegamos ao meio do ano com a inflação sob controle. Agora, sob impacto do pesado endividamento dos Estados Unidos e alguns países europeus, bem como da crise das bolsas de valores, a mídia volta ao noticiário preferido: alardear o fim da era de crescimento no Brasil e retorno aos padrões da era fernandiana, quando reinavam o FMI, a quase estagnação econômica e o desemprego. Parece que não aprendeu a lição e não se dá conta que o Brasil, desde Lula, tem política econômica independente e não vai seguir o receituário do FMI.

Ao plantar um clima de fim do mundo, a mídia faz tábula rasa a fatos concretos, dentre os quais: o Brasil tem reservas internacionais abundantes e um sistema bancário sólido. Mais do que isto, o Brasil tem governo capaz de atuar com força na economia e instituições que sustentam e legitimam a ações do Estado, principalmente em momentos de crise. O governo tem os instrumentos e já mostrou competência na hora de adotar políticas de combate às crises cíclicas do capitalismo.

O que o governo do Brasil fez em 2008 e 2009 em matéria de política anti-crise econômica será objeto de dissertações, teses e depois irá para os manuais da história econômica. Efetivamente, nosso País enfrentou a crise de 2008 negando a receita dos países ricos para os emergentes, isto é, negando o FMI. Em lugar de aumentar o superávit primário, o Brasil destinou parte dele para investimento em infra-estrutura; em lugar de reduzir os gastos do governo, o Brasil aumentou os investimentos; em lugar de reduzir o crédito, o Brasil usou os bancos públicos para irrigar a economia com créditos; em lugar de incentivar o aumento do desemprego pela redução do consumo, o presidente incentivou a população a manter suas compras normalmente; em lugar de aumentar impostos para produzir superávit primário, o governo desonerou os tributos de muitos produtos, ajudando assim a manter o consumo e, por conseqüência, o nível de emprego.

A grande diferença que a grande mídia não admite é que o Brasil hoje tem governo que toma decisões pensando em toda a sociedade. Assim, a prioridade é manter o crescimento econômico, a geração de emprego, a expansão e melhoria dos serviços públicos e a inclusão social por meio da melhoria da distribuição de renda. Este é o rumo e mais cedo ou um pouco mais tarde a bolsa de valores se ajustará a ele; pois ao fim e ao cabo o que importa é a economia real. Bolsa cai, bolsa sobe. Não há nenhuma novidade nisto; é da dinâmica mesmo de um mercado que é essencialmente financeiro e naturalmente especulativo.

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