O Projeto Cidade Olímpica, da prefeitura de Teresina, tal como divulgado no jornal Meio Norte, parece preocupado com a rede privada, que vem perdendo alunos para a rede pública. No ensino médio, a rede privada caiu de 25.158 alunos(as) em 2002 para 17.559 em 2009. Enquanto cresceu o número de alunos(as) na rede estadual, de 109.210 em 2002 para 155.055 em 2009.

Transferir os bons alunos da rede pública para a rede privada é injetar sangue novo num sistema que vem perdendo espaço a cada ano. Mais do que isto, é decidir, pela vontade dos gestores, que a rede pública de educação deve exercer função de segunda categoria e meramente quantitativa, ficando a função da qualidade como atribuição da rede privada. É este o papel que a prefeitura deve desempenhar na educação?

A Rede estadual, nos últimos anos, recebeu mais atenção e cresceu com o aumento do investimento. Hoje, há escolas de nível médio em todas as cidades e até na zona rural. E a qualidade recebe forte atenção: livro didático para todas as matérias, bibliotecas, inclusão digital, merenda escolar, escola de tempo integral, cursinhos populares, etc. Tudo isto chegou com mais força à rede pública a partir de 2003. E os resultados já estão aparecendo. Está aí um bom caminho e ele é acessível a todos: a prefeitura pode seguí-lo.

Há espaço para a rede privada na educação, mas ela deve andar com as próprias pernas. A função de gestores públicos, em todos os níveis, é colocar os recursos, seu tempo, compromisso e sua criatividade a serviço da melhoria da qualidade da educação na rede pública. Esta sim, é fator de redução das desigualdades sociais.

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