De costas para o Brasil, o governo Fernando Henrique Cardoso baixou decreto proibindo a criação de novas Escolas Técnicas Federais. Assim contribuiu de modo decisivo para a ampliação do “exército” de mão de obra de reserva, sem qualquer qualificação profissional.

Pouco tempo depois, tão logo o governo Lula destravou as amarras do crescimento econômico, a contradição acima referida se revelou com toda força. Passamos a ver, nas páginas de jornais e nas falas das lideranças empresariais e sindicais, a enorme distorção do mercado de trabalho: empresas necessitando de empregados e uma multidão de desempregados desqualificados sem condições de assumir as vagas de trabalho.

Antenado com o Brasil, o presidente operário (muitas vezes ridicularizado por segmentos de elite em razão de sua fala simples e direta) não só revogou o famigerado decreto de FHC, como deslanchou vigoroso processo de expansão e interiorização do ensino profissionalizante: em oito anos de Lula foram criadas mais escolas técnicas federais do que todos os governos anteriores, somados, haviam realizado. No Piauí, por exemplo, existiam duas escolas técnicas federais em 2002. Ao final de 2010 já eram 14 escolas técnicas federais vinculadas ao IFPI.

Agora, dando enorme passo adiante nesta área, no sentido de romper a enorme e absurda dicotomia entre ensino médio e mercado de trabalho, a presidente Dilma lança o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico). A meta é fazer em  quatro anos o que Lula fez em oito anos e assim proporcionar vaga no ensino técnico para oito milhões de estudantes do ensino médio e trabalhadores sem formação profissional.

Mostrando às elites letradas, que durante décadas governaram de costas para o Brasil real, como é que se governa para todos, a presidente lança mão do poder para a qual foi eleita e decide com firmeza ao estabelecer amplo e seguro mecanismo de financiamento.Com efeito, O PRONATEC contará com recursos orçamentários do MEC, com o FAT e com o BNDES. Assim, o programa integra recursos antes dispersos.

Na sua execução, o PRONATEC inova ao romper com velhas dicotomias a exemplo: ensino médio x ensino superior; escolas técnicas públicas x escolas do sistema S. Por força da decisão da primeira mulher presidente o FIES passa a atender também ao ensino médio técnico e se promove a necessária articulação entre os sistemas púbicos de ensino técnico (federais e estaduais) e o sistema paraestatal (sistema S). As empresas privadas também poderão dispor de empréstimos do BNDES para projetos de ensino técnico.

Parabéns Lula, Parabéns Dilma.

De passo em passo vamos construindo o Brasil de todos.

Categorias: Artigos