O deputado federal Merlong Solano (PT) usou a tribuna da Câmara Federal nesta quarta-feira (22) para cobrar agilidade do Congresso Nacional na votação do Projeto de Lei (PL) que prevê o repasse dos créditos suplementares no valor de R$ 34 milhões para o Instituto de Pesquisa Energética e Nucleares (Ipen). Sem recursos para importar insumos, a produção de radiofármacos pelo Ipen está paralisada desde a última segunda-feira (20).

Cerca de 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos. A demora preocupa pacientes de câncer, que dependem desses medicamentos para tratamento e diagnóstico. “Conclamo esta casa a, numa iniciativa suprapartidária, tomar as medidas necessárias para resgatar o orçamento do IPEN e os recursos necessários para retomar a importação de insumos essenciais à produção de radiofármacos e radioisótopos, medicamentos e insumos utilizados no tratamento de pessoas que têm vários tipos de câncer, doenças cardíacas e epilepsia”, ressaltou o parlamentar.

Merlong reforçou que a produção paralisou porque o órgão sofreu um corte de 46% no seu orçamento e hoje o Ipen precisa de R$ 89 milhões para resgatar a sua capacidade de produção. “Não dá para um país que tenha um orçamento de R$ 4,3 trilhões ter um setor estratégico como esse paralisado. Precisamos tomar a iniciativa. O setor privado produz uma parte destes medicamentos, mas por um preço muito maior. Os remédios podem até ser importados, mas isso exige tempo e é muito mais caro. Precisamos resgatar a capacidade de produção do Ipen. Tramita nesta Casa o PL que coloca recursos para o instituto, embora não seja na quantidade necessária, coloca R$ 34 milhões”, destacou o petista.

O deputado reforçou que o órgão precisa de mais R$ 55 milhões para garantir a produção de radiofármacos até o final do ano e convocou a Câmara e o Senado a se unirem para garantir o recurso ao Ipen. “Precisamos trabalhar para resgatar a capacidade de atendimento do povo brasileiro numa área tão vital como é o tratamento do câncer. Fico aqui me perguntando o que aconteceria se o Hospital São Marcos, referência no tratamento de pessoas com câncer no Piauí e no Maranhão, paralisasse as suas atividades por falta destes medicamentos. Não podemos permitir que isso aconteça no nosso país”, concluiu Merlong Solano.

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